Eu canto para ti um mês de giestas
Um mês de morte e crescimento ó meu amigo
Como um cristal partindo-se plangente
No fundo da memória perturbada.
Eu canto para ti um mês onde começa a mágoa
E um coração poisado sobre a tua ausência
Eu canto um mês com lágrimas e sol o grave mês
Em que os mortos amados batem à porta do poema.
Porque tu me disseste: quem me dera em Lisboa
quem me dera em Maio. Depois morreste
Com Lisboa tão longe ó meu irmão de Maio
Que nunca mais acenderás no meu o teu cigarro.
Eu canto para ti Lisboa à tua espera
Teu nome escrito com ternura sobre as águas
E o teu retrato em cada rua onde não passas
Trazendo no sorriso a flor do mês de Maio.
Porque tu me disseste: quem me dera em Maio
Porque te vi morrer eu canto para ti
Lisboa e o sol. Lisboa com lágrimas.
Lisboa à tua espera ó meu irmão tão breve.
Eu canto para ti Lisboa à tua espera.
Poema deManuel Alegre
(POSTADO POR GONÇALO)
quinta-feira, 8 de maio de 2008
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